Sunday, January 23, 2011

Sete Copas

Sentou no canto da cidade
rua, calçada, ponte, ponto.
Quis conhaque, gelo não.
Pediu também uma morena:
vaga, crua, sua, preta.
Daquele dia: a da Estação.
E a estação não é verão
é chuva rala, coração,
nenhum tostão.
Sua cama é chão.

Baila comigo
na valsa da embriaguez, amor.
Me acorde bem tarde
E não tarde em dilacerar
a dor.

O chão é duro, tortuoso
acorda e o gozo está no corpo:
Saiu não.
E a morena vez faceira,
vez oásis, vez menina:
Não vem não.
É meia-noite na cidade,
meio-frio, meio-homem:
Meio-João.

Sete garrafas, sete copos,
sete corpos, sete copas,
bala, sorte, camburão.
E a morena vez faceira,
vez oásis, vez menina:
Era a imaginação.
Só foi verdade a pouca sorte,
o amor, a pinga, a dor
e a morte de um João.

Parta comigo na valsa da embriaguez, amor.
Me acorde bem tarde
E não tarde em dilacerar
a dor.


Thaiz Cantasini
(16/12/08 - 02:30h)




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