Tuesday, January 27, 2015

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Poema para Celinas

Celina apanhou tanto da vida que rimava cama com cachaça e drama.
Divertia-se pouco: missa aos domingos.
Era uma chance de tomar um cálice de vinho sem culpa.
E comia óstia para conseguir perdoar a culpa de deus.
Era devota de Santa Bárbara,
e no dia da padroeira
aconteceu o milagre de Vossa Barbaridade:
João amanheceu gelado.
Morreu de bolo estragado.
Foi tarde.
Foi com deus.
Neste dia, Celina fez um refogado gostoso de óstia.
E comeu.
Pelo tamanho do sorriso, estava mesmo no paraíso.

(T.C)
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