Friday, December 18, 2015

3 horas de prosa, as 3 histórias e as três Marias.
Maria, esta é Maria.
Maria, esta é Maria.
Maria, muito prazer: meu nome é Maria.
Dia de luto: Marias viúvas que lutam.
Homens violentos que morreram primeiro.
Os 4 tiros, o facão amolado toda noite embaixo da cama: "Hoje você vai trabalhar nesse quarto".
A fome, a rapa de arroz na casa da vizinha, os 4 filhos, o tapa na orelha que ainda dói: "As mulheres da zona são melhores que você".
Ser evangélica para agradecer a obra de Deus: Ser viúva foi milagre.
"Olha aqui a marca do tiro. Deus me salvou da morte."
"Santa Efigênia tem uma casa nas mãos. Eu estava desesperada e pedi uma casa para ela. Uma casa em minhas mãos também."
Comigo também, Maria.
"Quem casa quer casa. Eu queria ir embora da casa"
Maria, eu não sou evangélica. Mas eu sou mulher.
Maria, eu não sou católica. Mas eu sou mulher.
Me dá um abraço.
Maria, eu não quero parar de conversar com você.
dá seu telefone, eu quero guardar essa foto.
Eu mando prá você.
Eu perdoei a outra mulher dele. Somos amigas.
Eles estão mortos. Mas poderia ser a gente.
Maria com a bíblia na mão, agradece.
Maria, muito prazer. Esta é Maria.
Maria, muito prazer. Esta é Maria.
Choramos cortando nossas cebolas.
Nossa, já é hora do almoço.
Eu nem vi o tempo passar.
Volta?
Volto.
Eu também nunca vou me esquecer de você.
Maria, até logo.
Maria, até já.
Maria, boa tarde.
Maria, até outro dia.
(T.C - 18/12/15. Das 9 ao meio dia - Cachoeira do Campo-MG)

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