Novo

Desfigurar a realidade.

Quebrar os antigos tratados.

Re-convencionar.

Vida ou pequenos significativos pactos?

Eu vou em busca do que me faz arder.

No caminho vejo luz e pouco oxigênio. Que é para sufocar e sentir a imensidão do instante.

Boas Vindas mundo novo.

Eu sou instrumento solto ao vento da tempestiva roda.

Pedaços dispersos e abstratos procurando porto seguro nas cavernas do lúdico.

Filha do que há de verdade nas pessoas e nas coisas.

Sentimento destilado.

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(Thaiz Cantasini)

Orfanato Lispector


Começa bem acima de cada uma das unhas dos pés...Faz caminho pelos calcanhares. Pantorrilhas. Joelho Direito.... e esquerdo. Coxas. Virilhas. Sexo. (pausa pequena) logo chega no ponto crucial: Cabeça, o mar de sensações, o comando de todo o formigamento que me aflige.
Eu justifico com a tolice: “É porque hoje é domingo”. Mas ainda é pouco demais. O formigamento toma proporções estranhas. Movimento crescente de arrebatamento íntimo. Orgasmos de derme. Orgasmos de poros. Orgasmos que começam na boca do estômago confrontando com aqueles que eu absorvo de cada centímetro anunciado de material manifesto das retinas, para fora. Eu engulo os arredores, suas arestas, frestas, até seus resíduos microscópicos. E tudo é de uma beleza triste e em tons pastéis. ( Se ao menos fosse negro...)
“Hoje não é dia de poesia.”
Um dia me disseram que eu me depararia com esta frase. As pessoas dizem tantas bobagens. Afãs diários.
Até a minha falta de inspiração é palavra presa entre os dentes, pronta prá escapar e crescer n´algum lugar. E, quando a função da palavra não é cumprida, eu me sinto maior ainda, porque a consegui expulsar para alguma direção que não para dentro do meu recipiente humano. Seria muito egoísta privar o mundo de certas verdades.

Eu não posso explodir à míngua.

E quando eu me calar das ferramentas gregas de comunicação, eu já estarei fazendo mímica em cima de qualquer caixote digno.

Meu silêncio mora à 7 palmos da avenida principal.
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05/11/06 - Thaiz Cantasini