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O mundo inteiro é
verdadeiro
frio e quente.
Da barriga faminta
se escuta
o jantar...
A sorte volta,
ligeira vem
Eu e você
Nós
O pão.
Homem leva amor
paz,
vê o mundo.
O milho descansa em tudo isso...
Barquinho...passar neste abrigo.
OLHA A LAMA!
Um sol se pondo
no mundo do dia,
os avós, os parentes de colo.
O mundo inteiro,
o mundo em outro momento
em colo segue.
É novo lugar
segue em movimento
EMBORA!
FICAR!
sente uma hora
o frio, eu e você
PEDRA SOBRE O GALHO,
AREIA,
O ROSTO SOPRA E VENTA.


(Poema coletivo feito por mulheres, homens e crianças da extinta Bento Rodrigues. Novembro de 2015, ás 15h, numa pousada de Mariana/MG)


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A poesia dilata o espaço,

pausa o corpo do tempo

para oxigenar a precariedade da vida.

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(T.C)

Só a poesia nos salvará da guerra que é ser gente.
Nos apossemos do direito de olhar, do direito de sentir a alfinetada.
(Encontrar um corpo novo no antigo, perder a hora e ganhar o tempo).
Pelo fim do poder-papel do dinheiro e pela transposição dele em papel-poema, con-tato, novos sensores prá vida: há uma urgência de implosão.
Pelo direito que a lei magna esqueceu de constar: por mim e por você neste aqui, neste agora.
Pelo fim do nosso afogamento que se revela entre água e terra podre.
Por um grito tóxico que rompa essa manhã imposta.
Pelo fim da bosta dos regulamentos vitalícios,
desse papel-vício-ofício.

Queremos ser rascunho.

(T.C)

Prelúdio para máquinas de xerox des-caradas.

As
As m
As má
As máqui
As máquinas
As máquinas de
As máquinas de x
As máquinas de xe
As máquinas de xerox
As máquinas de xerox não
As máquinas de xerox não tem
As máquinas de xerox não tem RG
As máquinas de xerox não tem RG nem CPF
As máquinas de xerox matam o tesão pelo mundo.
As máquinas de xerox matam a chance de imprimir a si.
As máquinas de xerox perdem a chance de ousar existir.
As máquinas de xerox xerocam xerocam xerocam xerocam
ocam ocam ocam ocam ocam ocam ocam ocam ocam ocam
ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas ocas.

(T.C)