Friday, January 11, 2013






O Mundo poderia ser a TEIA
ou
O Mundo é a TEIA e ninguém percebeu.


Reverberações Poéticas do Devir: Linhas imaginárias de um encontro em uma tarde como qualquer outra, mas em TEIA proposta por Lenine Guevara e seus poderes delegados. 
Um Deleite, um Deleuze.

*
T
E
I
A

Começou assim - dois pontos  ( : )

Eu ( . ) + Marlon ( . ) estávamos saindo de um ensaio, era sábado.

- Marlon, vamos para a Teia?
-Sim,  Thaiz....vamos e agora!

Não sei se por isso formamos uma dupla. Chegamos atrasados. Tiramos os nossos sapatos achinelados. Nos olhamos. Um de frente para o outro. Emendando nossos olhares até que podíamos sentir uma linha estreita que nos emulsionava. Um elo fisicalizado. Linha cheia de nós. Foi assim que o tempo anunciou sua queda livre. E estávamos alados.

Depois a entrega dos elásticos. A voz fundamental dizia para usarmos esse elemento novo. Um de frente para o outro. Marlon amarrou na cintura. Eu, no pescoço. Tirei do pescoço porque limitava boa parte de meus quereres e estampava minha explícita falta de liberdade. Estava alada e queria voar, sim. Meu nó foi em um dos punhos. (Quem é livre neste mundo, afinal?)
Nossa festa começava. Uma dança onde o corpo dava seu limite. Mesclados pelo limite de um elástico. Só depois pude perceber, de fato, que não estávamos sozinhos. Tantos outros pares em elásticos e tantos olhares elasticizados, impregnados de gente e movimento. O tempo despencou.
Elásticos em mãospéspunhoscinturascoxas formaram a grande mandala-teia nas cores verde, marron, cinza, chumbo... mescladas aos tons acobreados da tarde. Só em Ouro Preto existe uma tarde acobreada. E isso é sério. Isso não é poesia. Cobres para cobrir as cobranças históricas? Isso também é teia. Quero falar da nossa naquele instante-já. Do evento mágico. Das linhas imaginárias sensoriais, do Acontecimento. De uma Cabala.


A                   
 T                         
                                            E                                                                                             A
                                                                                              I

T                              E

                                               I                                              a                                             A
T                               E                                  i                                    A





Se movia pelo espaço e queria conhecer a cidade. Tudo parecia primeiro. Tudo era a primeira vez da  


T                                                                            i
                                               E                                                                                            A

T
E                                                                                                                                                          a
                                                                                              i


Rua das Escadinhas – Ouro Preto-MG:  A Teia ateava fogo nas articulações do povo que passava. A Teia conversava entre si em sons novos-de-contato. Um conxavo, uma cumplicidade transcendia o movimento da

T   ttttttt
                                E   eeeeeeeee
I              iiiiii
                                  A  hhhhh

E as duplas viraram motins aterrizando, plainando, decolando no "ARANHA"-céu. E pude sentir o cheiro de todos os sapatos que pisaram naquela rua, cada pedra repentinamente que compunha a subida (quanto mais subíamos as escadinhas, mais estávamos perto - ou dentro -  do outro e de nós. Numa nova dimensão, numa bolha cósmica) Uma cadeia vibrante de corpos. Mandalas pulsando vida, fome, busca pelo ser-potência de cada organela. Um corpo novo, uma centopéia, uma Medusa, um minotauro, um banquete de Platão??!

Dentro de cada olho uma chave que abria uma outra porta. Corredores em amálgamas. Pessoas transparentes, atravessamentos possíveis.

Fim das escadas. O topo. Sons no espaço urbano conversando conosco. Um poliálogo, um multiálogo, uma paisagem, um ambiente sonoro. 


Dentro de cada ouvido uma chave que abria uma outra porta. Percepção de nova pista sonora, as entranhas da escuta, som em outra dimensão-acontecimento onde não habitava silêncio no coração da cidade. A chuva de ruídos contrapunha a legitimidade dos pássaros e do vento que esbarrava nas coisas.


TttTtTttTtTttTttTtTTtEEeeEeeEeEeeEeeEeeeeeEEeeEeiiiiiIiIiiIiIiIiIiiiAAAAAaaaA
aaAaaAattTtTttTTtttTtTtttTtteEeeeeeeEeeeeEeeiiiIiIIiIiiIiiIiAAAAaaAAaAaaAttTt
TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT
EEEEEEEEEEEEEEEE
EEEEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAtttteia,.W;>&l
t;^^^^^^uakdfjasGJKSAJGAJASJJDASH8ehypwo8rphy8hasd8yu8^^uakdfjasGJKSAJGAJAS
JJDASH8ehypwo8rphy8hasd8yu8yiasei
sfhysehyfsdjkzhldjhbjlkhncnkncnctata
tatatatatateteteteteteteteteiiiiiiiiii
aiaiaiaiaiaiaia
TTTTTTEEEIIIIAAAAAaaaaaaaaaaTEIA

T=E=I=A. T=E=I=A.T=E=I=A.

T = E = I = A

Ta, te, TI , AT, EI, AE, IT,IE, ATA, ATE, ATI, EITA! TIA, TEA, 
EITA! TATI, TETA, TITA, TEIA. 
EITA!



Eu não sabia mais nada sobre elásticos, porque eles já estavam em nós. (e em nós, de nós, de nós, de nós...ós... ós... ós.... ós.... ó.... ssssssssss.....s.......s........sssss)

Nós-pronome
Nós-falanges
Nós-enlaces
Nós-roteiro

Em nós. Sair da Teia não foi fácil. Desconectar a teia não foi fácil. Eu quis estar dentro da caverna-do-laço eterno que selava-se ali, naqueles minutos de tempo desabado. Agora fico procurando por ela, tentando refazê-la num movimento novo, num novo encontro com novos corpos. Por isso a conduzo em práticas de limpeza de ouvidos, de escuta, de captura sonora no espaço-tempo. E um dia a TEIA não irá caber em si. Essa talvez seja a ruptura que queremos, uma revolução dos sentidos. Outras dimensões mágicas, sinestésicas. Acessíveis.



T=e=i=a , dois pontos ( : ), Pontos ( ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::...................)   :  


  T

                       E


                                                     I
A



Artaud, Arteia. Norteia.A. Arte.das.Teias.



Por Thaiz Cantasini
Noite de 12 de janeiro de 2013
00:08h








Saturday, January 05, 2013



Manifesto em prol da Des-poesia em caso de
Fraude Poética.

ou

Em todo ato de des-poesia existe 
uma poesia secreta-excretal



O que é poesia de dentro e o que é poesia de fora? A rede é poesia real ou poesia simulacro? Ah... real e simulacro então são a mesma coisa? As pessoas aqui são poéticas nas letras e só nelas? O que é compartilhar prá você? Um desabafo poético? A descarga de casa? Onde estamos aplicando a poesia, gente? Digam isso prá que eu tenha sossego. Tem horas que vejo uma postagem aqui de fulano mas não o reconheço na rua. (Essa mensagem não é para ninguém em especial... estou usando dessa ferramenta para o fim que ela se destina e o que acho mais conveniente no momento). O espaço não é livre? O que é mero-ser-estar poesia e o que é poesia de brinquedo na vitrine? Onde estamos depositando nossas fichas e em que acreditamos que seja de fato ação? Onde tem você na sua poesia, onde tem o outro? Onde mora sua des-poesia? Eu quero conhecer a minha des-poesia se for prá fingir-poesia. Sinceramente. Até a poesia corre riscos! Vejo essa vitrine e meu radar apita: "isso sim, isso não, fique esperta!". Até a poesia corre riscos! Tempos de fim de poesia natural, descompromissada, é isso que cheira isso aqui, ás vezes. Mas só ás vezes! É bom ser observado, né? É gostoso ser lido e poder manipular, né? É gostoso ser MENOS VOCÊ, né? (fazendo auto-cócegas prá tentar achar engraçado)
Por atos despoéticos ao invés de poesia forçada.
Por uma pitada de vida real na virtual.







Reflexões facebookianas. Uma provocação despoética.

Thaiz Cantasini

05 de janeiro de 2013