Thursday, May 07, 2015

Antrópode ofídio.


Dentro da roupa,
do lado de dentro da roupa,
a pele apela.
...Tinha uma calma que não revelava
o que dentro da roupa
pelava.
Pelada em pelo e lava
não quis dizer nada;
Havia um morango entre nós,
nas costas,
nas postas,
nas teias
nas veias,
nas notas
da música que dançou em camadas de carne
transparente
translúcida
e
indecente.
E o que parecia calma, foi se mostrando urgente:
Antes morangueira, depois morangueiro de(s)generado até findar tão serpente.
Parecia um recorte brusco da lua,
parecia um recorte brusco de sol,
Aranha que arranha displicente
o meu recorte de noite
como
se
revelasse
o funcionamento precário e imprevisível
de
uma
estrela cadente.

Transfiguração noturna,
beleza sem nome.


(T.C)