Tuesday, October 03, 2006

E é como se eu visse deus e o diabo duas vezes por dia...
Catando meus pedaços mortais a cada embarque...
Desse cais partem os meus navios de papel
Conheço bem o inferno, é feio
Mas o caminho é cheio de espinhos fantasiados de flores
Um falso carnaval me envolve, brinco sabendo
Os gritos da noite e das tempestades me fascinam
O brilho da lua vem acompanhado do uivar do lobo misterioso
E respiro o pó dos cacos de vida ou cacos de vidro
Em cada um uma surpresa
Em cada um - pedaço de imortalidade
Imortalidade boba...
Imortalidade de mentira – falso herói por uma noite
Não sei exatamente se estou fugindo ou indo de encontro
Parece confuso aos teus olhos
E sinto-me trair a cada respirar
É como se vários amantes eu tivesse numa noite á luz néon
E choro sozinha
O chão coberto de sangue e vinho tinto
O sol que eu sempre amei, nesta manhã doeu meus olhos
Ardeu
Coçou
Tira-me daqui, a noite parece-me eterna neste dia tão cheio de vida
Abra essa janela amor, afaste as cortinas, limpa esse quarto
E deixe-me provar do teu espírito de verdades-verdades
Olha como o poço é profundo
Eu não sabia
Eu não sabia
E é como se eu visse deus e o diabo duas vezes por dia...
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20/06/05 – 8 horas da manhã
Thaiz Barros Cantasini
"Acabo de chegar do Festival de Poesia Encenada realizado pela Feteg, no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Confesso que fiquei impressionada com a qualidade dos espetáculos e a organização do evento. O resultado comprova uma teoria combatida por muitos de que talento não exige universidade. É mais ou menos isso. A universidade tem a função de atrair os talentos e proporcionar-lhes a técnica necessária para um desempenho profissional. Gostei muito de ver a objetividade dos critérios de seleção, explicado por Franco Pimentel, presidente do Juri. Senti-me honrada ao entregar uma das premiações, mas o mais importante que tiro disto tudo é que a Fesurv - Fundação de Ensino Superior de Rio Verde - arrebatou quase todos os prêmios. Os problemas enfrentados por aqueles que se aventuram a viver de arte no Brasil, não são segredos para ninguém e se a falta de apoio é grande nas capitais, que tem maior movimentação artísitica, imaginem só o que é fazer teatro numa cidade do interior. A premiação do Grupo de Rio Verde, Zi-balangos, é quase uma chicotada na cara dos goianienses, como tão bem falou Danilo Alencar, um dos organizadores do evento e professor da Universidade Católica de Goiás. Há que se ficar atento, pois em todos os lugares pipocam pessoas talentosas e interessadas em fazer teatro, a despeito das dificuldades financeiras e estruturais. Fica, principalmente a lição dada por eles: " é necessário unir, despir-se de egos e ir à luta". Boa noite! Durmo em paz! E espero que cada um de vocês façam o mesmo!"

Marley Costa Leite
Nota do Jornal "O Popular" 08/2006
Segundo FESTEC - Festival de Teatro de Quirinópolis

Troféu ao Juri/2006

Thaiz Cantasini e Pedro Paulo Maia

(Grupo Zi-balangos)