Sunday, April 12, 2015

Cuspindo marimbondo 
prá ver se aumenta 
o volume da chuva de canivetes.
Quem acredita em guarda-chuva, que blinde o teto.
Que acredita em Deus, que reze um Credo.
Quem quiser fazer dinheiro, que monte um açougue.
Eu, que de boba não tinha nada
(Coitada!)
Estava no chão, deitada
tomando meu sol, 
Quando fui retocar o bronzeador,
já estava à sete palmos.
Tentei me ligar
mas meu celular só deu fora de área.
É, estou desligada.

(T.C)
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CARAbina
Quem vier à Ouro Preto,
Faça o favor de conhecer
Dona Efigênia Carabina!
Mais caudalosa e popular que museus, igrejas, praças
(e assuntos saturados da estudantina republicana federalista brasileira)
Ela deveria fazer parte do itinerário de quem mora
e de quem acabou de chegar aqui no vale urbano.
Ela alimenta a hipérbole do ouropretano.
Vigorosa, encrenqueira!
Fé na vida é o que ela revira em mim com a prosa queixosa, gritada. Mulher arretada!
(Não tem medo de nada)
Rumo na vida:
Dê uma volta com ela.
(E a ouça)
Vida longa à Dona Efigênia Carabina.
Ressonâncias para seu canto projetado,
rasgado,
de garganta mesmo,
Como toda voz deveria ecoar.
Mulherão!
Efi-gênia!

(T.C)