Vendo a menina crescer
Vendo a menina crescer,
Com seus dois olhos de bola de sinuca.
Ontem ela cabia aqui.
Agora não cabe mais neste verso inteiro.
Vendo a menina crescer,
Guardando as roupas que não servem mais,
e colecionando seus sapatos.
E quando ela chora,
A gente também chora um pouco desse orvalho todo.
O que se aprende vendo a menina crescer é intransferível...
É como essa sabedoria do povo do sertão:
a sabedoria que se adquire comendo um pacote de sal:
duas pitadas por dia
Estou vendo a menina crescer.
(Thaiz Cantasini)